04/08/2025

De vez em quando, olhe para trás

A jornada da fé, embora trilhada sob a promessa divina, não está isenta de momentos de dúvida e apreensão. Nesse contexto, a capacidade de trazer à memória as experiências passadas, especialmente aquelas marcadas pela fidelidade de Deus, é como um farol em meio à névoa. O livro 2 da saga WingFeather, repleta de perigos e descobertas, nos lembra do poder transformador de recordar o passado para enfrentar o presente e o futuro com confiança.

 

No coração da trama, encontramos referências a "Primeiros Livros", artefatos antigos carregados de conhecimento e narrativas de tempos idos. Esses livros são cobiçados, estudados e até mesmo vistos como chaves para compreender o presente e desvendar segredos do passado. Essa busca por compreensão através da memória nos direciona a centralidade das Sagradas Escrituras. Para o cristão, a Bíblia é o nosso "Primeiro Livro", a coleção inspirada de histórias, leis, profecias e poesia que narram o relacionamento de Deus com a humanidade, culminando na obra redentora de Jesus Cristo. Assim como Oskar se dedica a decifrar os mistérios dos livros antigos, somos chamados a meditar nas Escrituras, lembrando-nos das promessas cumpridas e do caráter imutável de Deus.

 

A importância de recordar as ações de Deus é um tema recorrente na Bíblia. Em Deuteronômio 8:2-3, Moisés exorta o povo de Israel a lembrar-se de como o Senhor os conduziu pelo deserto, alimentando-os e provando-os para que reconhecessem que não vivem só de pão, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor. Da mesma forma, os Salmos nos convidam repetidamente a louvar a Deus por suas obras maravilhosas e a declarar suas grandezas às futuras gerações [Salmos 78:4-7]. O autor da carta aos Hebreus nos encoraja a lembrar-nos dos primeiros dias em que, depois de sermos iluminados, suportamos grande prova de sofrimentos [Hebreus 10:32]. Lembrar-se da fidelidade de Deus no passado se torna um alicerce sólido para a esperança no presente e no futuro.

 

Aplicar esse princípio em nossa vida diária envolve cultivar o hábito de estudar a Bíblia e refletir sobre suas histórias. Podemos também nos beneficiar de compartilhar nossos testemunhos pessoais e ouvir as histórias de fé de outros cristãos, fortalecendo nossa convicção de que Deus continua a agir em nosso mundo. Contudo, nem sempre é fácil manter essa perspectiva. Em meio às dificuldades, a dúvida pode surgir, obscurecendo as memórias da bondade divina. Nesses momentos, é crucial buscar a comunidade da fé, orar e intencionalmente trazer à memória as verdades bíblicas e as experiências da graça de Deus em nossas vidas.

 

Um personagem da narrativa expressa essa necessidade de memória com clareza: "A todo custo, elas precisam se lembrar de quem são". Para nós, cristãos, lembrar "quem somos" está intrinsecamente ligado a lembrar "de quem somos" — filhos amados de um Deus fiel.

 

Assim como os personagens da história buscam sabedoria nos registros do passado, nós, como seguidores de Cristo, encontramos força e esperança ao nos lembrarmos da obra redentora de Deus revelada nas Escrituras e manifesta em nossas vidas. Que possamos ser diligentes em manter viva a memória da fé, pois ela é a âncora que nos firma em meio às tempestades da vida, capacitando-nos a enfrentar o desconhecido com a certeza do amor e da fidelidade do nosso Criador. Lembre-se das palavras do salmista: "Lembro-me dos feitos do Senhor; sim, lembro-me das tuas maravilhas da antiguidade" [Salmos 77:11]. Que essa seja a nossa constante prática e consolo.

 

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