Encontrando Contentamento na Era do Scroll Infinito

Será que a visão de tantas vidas "perfeitas" nas redes sociais já te deixou com uma estranha sensação de vazio? Essa insatisfação constante é familiar em nosso mundo hiperconectado. Para os cristãos, é preciso redescobrir o contentamento não como ausência de desejos, mas como profunda satisfação na vontade de Deus. Este é um antídoto essencial para a inquietação moderna.

 

Um dos pontos mais importantes reside na disciplina dos nossos pensamentos. Somos constantemente bombardeados com imagens e narrativas que inflam desejos e comparações. Nancy Wilson, no livro Contentamento, nos lembra que "nossa mente vaga o dia todo e tem a tendência de ser facilmente levada para pensamentos infrutíferos". Ela metaforicamente descreve nossa mente como um "depósito de lixo" onde remoemos "nossos próprios pecados e falhas do passado, os pecados dos outros, amarguras, preocupações e concupiscências".

 

O texto de Filipenses 4:8 nos exorta a pensar em tudo o que é verdadeiro, nobre, correto, puro, amável, admirável, excelente e digno de louvor. A chave para o contentamento é, portanto, redirecionar ativamente nossos pensamentos para essas coisas elevadas, em vez de nos afogarmos na negatividade e na inveja do que não temos ou do que os outros aparentam ter.

 

Aplicar isso no dia a dia exige esforço consciente. Ao invés de ceder ao impulso de comparar nossa vida com o feed de notícias alheio, podemos escolher focar nas bênçãos que Deus nos tem dado. Podemos intencionalmente orar por aqueles que despertam nossa inveja, transformando a cobiça em intercessão. Um dos desafios é reconhecer quando estamos "vasculhando a lixeira" mental. É preciso vigilância e a decisão diária de "pegar nossos pensamentos pelo pescoço e colocá-los onde Deus os quer".

 

Como bem expressa a autora, "contentamento demanda esforço. Podemos apreendê-lo, mas não sem esforço espiritual e mental. Caso contrário, as chances de adquiri-lo serão baixas, ou mesmo inexistentes".

 

Aprender a arte do contentamento, especialmente em um mundo que nos incita à insatisfação, é um investimento eterno em nossa paz e crescimento espiritual. Ao disciplinarmos nossa mente e ancorarmos nossos pensamentos nas promessas de Deus (como a de que Ele nunca nos deixará, Hebreus 13:5), experimentamos uma liberdade surpreendente. Que possamos escolher, a cada dia, alimentar o contentamento e matar o descontentamento, descobrindo a alegria genuína que reside em estar profundamente satisfeitos na vontade de Deus.