09/06/2025

Como ajudar seus filhos na batalha contra o pecado? Ou não somente eles.

Como andam seus humores? Às vezes você é vencido pelo sentimento da raiva ou insatisfação? Ou talvez, como pai ou mãe, você observe seus próprios filhos lutando com ataques de raiva, autopiedade ou pura teimosia, e se pergunte: como abordar esses momentos sem recorrer apenas a sermões moralistas ou tentativas ineficazes de manipulação emocional?

 

 

O livro infantil “Dom Resmungalote e o Dragão Brigão”, escrito por Rachel Jankovic, surge como uma ferramenta surpreendentemente perspicaz para nos ajudar a refletir sobre essas lutas, tanto em nós mesmos quanto naqueles que discipulamos. Mais do que uma simples história para crianças, ele oferece aos adultos uma lente valiosa para entender a dinâmica por trás do pecado e da resistência que enfrentamos em nosso dia a dia.

Um dos conceitos mais marcantes é a figura do "Dragão Brigão” como uma metáfora para aquela disposição pecaminosa – a rabugice, a autopiedade, a raiva descontrolada – que nos consome e nos domina. Não se trata apenas de mau comportamento; mas um estado onde a pessoa está "escravizada à sua sensação emocional", totalmente sujeita às suas paixões.

 

Pensemos por um momento: quantas vezes nossas reações adultas se parecem com as de uma criança dominada por este dragão invisível? Quantas vezes cedemos à irritação mesquinha, à queixa constante ou à resistência passiva, permitindo que essas emoções nos controlem? Em vez de simplesmente tentar mudar a emoção de alguém (seja por distração, culpa ou bronca), precisamos abordar o fato de que a pessoa está escravizada aos seus sentimentos, e que existe uma razão disso acontecer, para então trilharmos algum caminho mais eficaz na luta contra esses pecados diários.

A beleza da metáfora do dragão é que ela nos oferece uma linguagem, um "atalho" lúdico e concreto para falar sobre o pecado e a luta espiritual. Em vez de dizer "você está sendo egoísta" ou "pare de reclamar", que podem parecer abstrações para uma criança (e, sejamos honestos, às vezes para nós adultos), podemos perguntar: "Parece que o dragão brigão está falando".

 

Essa abordagem nos lembra de verdades bíblicas sobre a natureza da nossa luta. O apóstolo Paulo descreve a batalha interna em Romanos 7, onde ele se encontra fazendo o que não quer fazer por causa do pecado que habita nele, sentindo-se "escravo da lei do pecado" (Romanos 7:23). Sua descrição de si mesmo como um "homem miserável" por estar sujeito a essa natureza pecaminosa capta a sensação de estar sendo dominado por algo externo a quem ele deseja ser.

Da mesma forma, Efésios 6 nos lembra que nossa luta "não é contra pessoas de carne e sangue, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais" (Efésios 6:12). Embora o dragão do livro seja uma metáfora interna, essa passagem nos lembra que nossa batalha espiritual é real e requer que nos revistamos de toda a armadura de Deus. Dom Resmungalote começa sem armadura completa e termina com ela, uma imagem que nos alerta para a necessidade de estarmos equipados para a luta.

 

Aprendemos com esse livro que a gratidão é mais forte do que a rabugice e a autopiedade. E a batalha contra o dragão é, em última análise, uma batalha pessoal – Dom Resmungalote luta sozinho no livro. Isso nos lembra a exortação bíblica para "resistir ao Diabo" (Tiago 4:7) e "fugir das paixões da mocidade" (2 Timóteo 2:22). A luta é nossa, embora saibamos que a vitória final é de Cristo.

Como podemos aplicar isso em nossas vidas? Primeiro, reconhecendo nossos próprios "dragões brigões". Quando sentir a irritação subir, a autopiedade se instalar ou a queixa borbulhar, pergunte a si mesmo: "Estou deixando o dragão me dominar?" Use essa linguagem para criar uma pausa, um momento de autoconsciência.

 

Para os pais, essa metáfora se torna uma ferramenta poderosa para o discipulado diário. Em vez de apenas punir o comportamento, ajude seu filho a identificar o "dragão" que o está dominando. Com crianças pequenas, isso pode ser até físico – um ato simbólico de "matar o dragão", resistindo fisicamente à atitude com uma espada imaginária. Isso pode introduzir naturalmente um elemento de humildade e reconhecimento de um pecado. Como Rachel Jankovic notou, "Jesus quer que o Dragão Brigão esteja morto". Esta é a verdade que precisamos encarnar e ensinar a nossos filhos, e também a nós mesmos.

 

Claro, implementar isso pode ser um desafio. Exige paciência, consistência e, acima de tudo, humildade de nossa parte para admitir que também temos dragões para matar. Exige criatividade para usar a linguagem e as metáforas de forma eficaz.

O valor de aprender a identificar e lutar contra nossos "dragões" – essas disposições pecaminosas diárias – é imenso para nosso crescimento espiritual. Isso nos capacita a sermos mais intencionais na busca pela santidade, a depender menos de nossas emoções passageiras e mais da verdade imutável de Deus.

 

Então, da próxima vez que você (ou alguém sob sua influência) sentir aquele aperto de irritação, aquela nuvem de autopiedade, ou a força da teimosia, não apenas reaja. Dê um nome a isso. Veja-o como o Dragão Brigão tentando devorá-lo. E então, metaforicamente (ou até fisicamente, se apropriado e lúdico para uma criança), lute contra ele. Lembre-se de que a gratidão e a humildade são armas poderosas. Que possamos todos, grandes e pequenos, aprender a matar nossos dragões diários, vivendo não como escravos de nossas paixões, mas como vencedores (ainda que rabugentos às vezes) na história maior de redenção que Deus está escrevendo.

 
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    Dom Resmungalote e o Dragão Brigão

    Este é um livrinho que trata de sentimentos grandes, raivosos, ranzinzas e fedorentos, e que ensina o poder de escolher ser grato e assumir o controle das emoções.   Conheça o Dom Resmungalote! Ele é um cavaleiro meio mal-humorado que tenta construir um castelo, mas... PLOFT! O castelo sempre desaba!   Nosso cavaleiro fica MUITO bravo, berra e resmunga!   O que ele não sabe é que o Dragão Resmungão ama chegar de fininho e derrubar o castelo só para vê-lo chorar.   Será que Dom Resmungalo

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